terça-feira, 24 de agosto de 2010

Quando a escuridão toma conta do meu ser

Muitos pensam que a vida de um gay é um mundo de purpurina. Outros pensam que somos uma "raça" desgraçada. Na realidade somos o céu e o inferno. Somos o amor e o ódio. Porém, ninguém nos enxerga além das aparências. Ninguém consegue penetrar nossos corações e ver nossas almas. Penso que muitos nos acham desprovidos de sentimentos. Sinto-me triste; vazio. Tento transformar o mundo em sorrisos, mas é em vão. O mundo quer o pranto, pior, quer meu pranto. Quando a luz se apaga e a escuridão toma conta do meu ser, sinto-me frágil. Tenho medo do futuro; do que poderá acontecer conosco que somos "diferentes".

Minha vida não é diferente de tantos outros gays. Que com um lindo sorriso no rosto chora por dentro. Tento esquecer os males e as mazelas da minha vida. Tento sorrir e quem sabe, pelo menos, fazer os outros sorrirem. Contudo, no silencio do meu ser, sinto-me vazio. Falta algo! Não refiro a um amor; a alguém que possa trazer a felicidade. Isto não creio. Não creio e não concebo que a felicidade de alguém possa está inteiramente nas mãos de outras pessoas.

Falta algo na minha vida que se chama LIBERDADE. Liberdade de ser o que sou; de expressar meus sentimentos; de ser aceito. Acho que muitos dos meus problemas e, com certeza, de muitos outros estariam resolvidos se tivéssemos o direito de viver conforme a nossa natureza. Não quero promover uma revolução gay no mundo, mas ficaria feliz se todos pudessem conviver conforme suas ideias, concepções e padrões de vida. Se nós gays aceitamos e respeitamos a vida que muitos heterossexuais têm; por que eles não podem aceitar ou pelo menos respeitar as nossas?

Não somos. Não sou nenhum "bicho de 7 cabeças"; muito menos represento o fim dos tempos. Se o mundo a nossa volta procurasse entender o nosso mundo interior iria compreender que temos algo a oferecer ao mundo. Que somos seres dotados de talentos e habilidades. Enfim, que somos seres humanos.

Ah! Como queria correr na rua e dizer: eu sou feliz e não vou me curar. Como queria pegar na mão do vizinho e dizer: você é especial para mim. Como gostaria de beijar; abraçar meus amigos sem receber gestos de reprovação por minha atitude. Como queria expressar meus sentimentos. Enquanto o mundo não nos permite tal sonho. Deito-me no meu quarto escuro e sonho... Sonho em dias de sol radiante; onde todos pudessem conviver em paz, respeitando uns aos outros. Hoje pode ser uma utopia, mas amanhã será realidade. Isto eu creio. Tenho fé!

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Vida medíocre

Hoje acordei com o pé esquerdo na vida. Parece que o dia nasceu para tornar a minha vida em trevas. Cansei de tudo: das pessoas; das plantas; dos animais ditos inferiores (termo que não aceito, pois eles são muito mais superiores que certos humanos); cansei das lições de moral; dos princípios éticos; cansei de ser o certo. Resolvi jogar uma pedra no meu espelho para não enxergar a minha imagem, melhor, a imagem que não reflete a minha pessoa. Digo isto, porque não podemos exercer nossa verdadeira personalidade. Temos que seguir as regras que os outros seres desumanos nos impõem. Ah! Estou cansado dessa sociedade hipocrita. Dos machos que acham que o mundo poderia ser melhor se a homossexualidade fosse banida da sociedade. Raiva, até mesmo, dos homossexuais que vivem de aparências. Que se vestem de heterossexuais e acham que estão no direito de massacrar com os que assumem a própria identidade sexual. Cansei de dizer que sou livre; que não devo satisfação a sociedade; que sou dono do meu nariz. Porém, como ser livre numa sociedade de faz de conta? Cansei de ser o palhaço; de ser o anjinho; de ser o pecador; enfim, cansei de ser gente! Cansei de escrever. Quando passar essa fase, escreverei um pouco mais.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Se mewkoo falasse

Se mewkoo falasse! Com certeza escandalizaria o mundo. São ânus, digo, anos da mais pura e prazerosa aventura de conhecer o mundo. Foram tantas emoções fortes; umas nem tanto, outras que fizeram as lágrimas invadirem meus olhos. Dor? Quem nunca sentiu? Faz parte da vida; faz parte do nosso dia-dia. Nada melhor para estes momentos dolorosos um gel lubrificante com xilocaína. Caso não tenha, vai à saliva mesmo, pelo menos entra lubrificado e não causa fissura ao meu ser.
Oh! Se mewkoo falasse, diria tantas palavras obscenas. Chocado? Não fique! Depois de tantas pauladas da vida e dos homens; não poderia ser de outra forma. Mewkoo grita, chora, clama para ser feliz e o teu o que diria? O que ele deseja; quer? Pelo menos já tentou escutá-lo? Mewkoo é assim: obsceno; fútil; chato; luxo; lixo; imaculado; prostituto; santo. Não tem meias palavras. Fala o que vem à mente. A única coisa que deseja no fim das contas é sentir desejado, penetrado, invadido pelo prazer de ser feliz. Com dor ou sem dor ele quer gozar a vida e não importa onde seja; na rua, na chuva, no meretrício, na zona leste. Mewkoo é puro glamour.
Pouco importa o que pensas; mewkoo tem autonomia própria; vontade. É independente de qualquer ideologia barata e sexual. Livre, ele é abusado. Se não gostas, não o tenha; deixe-o para quem sabe degustar. Mewkoo não segue preceitos moral e ético sucumbidos da ingênua imaturidade humana. Tem a sua própria lei. A lei da oferta e da procura. Não almeja o Senado e muito menos a cadeira da presidência da Republica. Mewkoo quer sentar no teu colo e falar ao teu ouvido as mais belas palavras de gozo. Quem sabe gozar da cara daqueles que acham que o mundo gira em torno das cátedras. Não poderia ser diferente, da lama eu vim e para lama eu vou e, atire a primeira pedra quem não foi feito do barro?
E para aqueles que a partir de hoje acompanha o meu blogue despoje de toda castidade e sugira um tema pra ser abordado no mewkoo. Pois, este é meu mundo. Este é mewkoo!